PROTESTO NÃO É CRIME! CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS QUE LUTAM!
Nota pública da FAG
NÃO SE INTIMIDAR.
NÃO DESMOBILIZAR.
RODEAR DE SOLIDARIEDADE OS QUE
LUTAM!
PARAR A CRIMINALIZAÇÃO DO
PROTESTO!
A redução da tarifa do transporte
coletivo peleada pela força das ruas foi uma vitória moral do movimento popular
liderado pela juventude combativa. Continuar esse movimento é uma causa fora de
renúncia. Só a luta social decide de baixo pra cima um modelo de transporte
público, que arranque dos patrões o poder sobre o direito de ir e vir dos
estudantes, da classe dos trabalhadores e da periferia urbana.
Nossos últimos dias de luta
indicam que chegamos a uma nova fase da peleia. O bloco da reação volta ao
ataque pela criminalização do protesto. Se conta cerca de 20 companheiros que
já foram intimados e 5 indiciados pela polícia. Classe patronal, autoridades
dirigentes do município e Estado, a imprensa monopolista estão coordenados no
mesmo plano. Criminalizar os lutadores sociais, criar espantalhos, desencorajar
a participação popular na luta pelo direito a cidade.
As audiências na delegacia de
polícia que estão sucedendo com os companheiros intimados a depor confirmam
essa linha da reação. A suposição de uma “organização secreta” que dirige as
ações do movimento para fins ocultos é um espantalho pra assustar os
desavisados e convocar a fuzilaria conservadora. Para esse discurso das
instituições a luta social que vem de baixo sempre anda a reboque de interesses
que não conhece. Velho artifício da batalha de ideias usado para confundir,
desqualificar e liquidar com a oposição das ruas pelo controle do juízo
público.
Na região metropolitana, os
protestos que tomam as ruas em distintos municípios pela pauta da redução da
tarifa tem enfrentado o discurso conservador da máfia do transporte que
falsifica a planilha de custos. No expediente da polícia está a orientação de
intimidar e identificar aqueles que protestam, inclusive querendo saber o
endereço dos mesmos.
Não podemos aceitar a perseguição
político-judicial dos companheiros de luta. Nossa mobilização tem que ser firme
e decidida para não marchar pra trás e defender nessa hora nossos direitos de
reunião, de associação e manifestação. A solidariedade com os processados deve
ser uma palavra com a força de uma tonelada para a toda a esquerda combativa.
Na manifestação do Bloco da
última terça-feira, a tática da polícia
formou um corredor polônes com duas linhas da cavalaria. Querem provocar o medo
e desmobilizar a adesão aos protestos. Por sua vez, a investigação que deveria
estourar a caixa preta da ATP (e seus sócios colaboradores da política e da
grande mídia) rastreia e chafurda a vida dos manifestantes. Na semana passada,
a polícia do Governo Tarso ensejou uma reunião para negociar e anunciou medidas
de controle mais agressivas.
Diante disso nós reforçamos nossa
atitude, a pauta do transporte público não é
um caso de polícia, a questão social urgente e necessária que se acusa
só pode ser resolvida por decisão política. E para fazer cumprir suas demandas
o povo não pode confiar seus interesses ao poder burocrático dos conchavos de
gabinete e às decisões tomadas a portas fechadas entre elites políticas e
grupos econômicos dominantes. A democracia de base é um mecanismo social que se
representa na política pelas assembleias, pelas marchas, distintas formas de luta
e organização de base dos setores populares.
Estamos unidos com o Bloco de
Lutas na defesa de um modelo de trasporte coletivo 100% público, que liquide
com o lucro dos patrões na exploração de nossos direitos, das liberdades
públicas de acesso e mobilidade do conjunto do povo sobre a cidade. Um modelo
público de transporte coletivo, junto com o fortalecimento da oposição sindical
dos rodoviários contra os pelegos e o controle e a vigilância dos setores
populares formam um projeto social que exige longas peleias pelo caminho. Para
os anarquistas da FAG, o modelo público é um marco para acumular forças de
mudança, avançar direitos e conquistar melhores serviços à revelia do controle
dos capitais privados. Luta para empoderar o povo e não se acomodar nas estruturas
burocráticas do poder, que usurpa a força coletiva em direito público, mas em
causa particular.
Federação Anarquista Gaúcha - FAG
Porto Alegre, 01 de maio de 2013.
Comentários
Postar um comentário